A produção industrial no Brasil registrou um ligeiro aumento de 0,1% em outubro, segundo dados do IBGE. Esse crescimento, apesar de modesto, mantém a tendência de estabilidade que tem sido a tônica ao longo do ano, com exceção do pico de 1,1% em março.

No entanto, os resultados divulgados pelo Instituto ficaram abaixo das projeções esperadas pela pesquisa da Reuters, que apontava para um crescimento de 0,3% na comparação mensal e de 1,3% na base anual. Isso ressalta os desafios persistentes enfrentados pela indústria, que parece estagnar, enfrentando dificuldades para recuperar as perdas do passado, como indicado por André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.

A indústria ainda se encontra 1,6% abaixo do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e consideravelmente distante do ápice histórico alcançado em maio de 2011, com uma queda de 18,1%. Esse contexto é agravado por desafios internos, como taxas de juros elevadas e uma renda familiar comprometida, afetando especialmente o consumo de bens mais sofisticados.

Apesar da redução da taxa básica de juros Selic, que caiu de 13,75% para 12,25%, analistas preveem um desempenho fraco para o restante do ano na indústria, mantendo-se praticamente estável. Macedo destaca que, apesar da diminuição dos juros, eles permanecem em níveis considerados altos, exercendo influência crucial na atividade, consumo, crédito e confiança do setor.

Analisando as atividades industriais de outubro, das 25 investigadas, 14 mostraram crescimento na produção. Os setores de produtos alimentícios lideraram com um aumento de 1,6%, seguidos por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,7%) e máquinas e equipamentos (2,4%). No lado oposto, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%) e indústrias extrativas (-1,1%) foram os que mais impactaram negativamente os resultados.

O economista Matheus Pizzani, da CM Capital, destaca que o desempenho desfavorável dos setores vinculados à economia global é responsável, em grande parte, pela diferença entre as projeções de mercado e os resultados efetivos. Dentre as categorias econômicas, a produção de bens intermediários foi a única a apresentar crescimento positivo, com um aumento de 0,9%, enquanto a fabricação de bens de capital e de consumo diminuiu 1,1% em relação a setembro.

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